A arte-acontecimento: Happening, Performance e Body art
Resultante diretamente do informalismo, nomeadamente da Action Painting, mas refletindo também influências de algumas práticas futuristas, dadaístas e surrealistas (pelo desenraizamento imagens dos objetos em relação ao seu ambiente habitual), surgiu, por meados da década de 50, um novo conceito de arte enquanto acontecimento, isto é, enquanto ação e atitude. É um tipo de arte efémera pois dura apenas enquanto “acontece”, não ficando dela nada mais do que eventuais registos fotográficos ou vídeo. Neste sentido é também uma arte de contestação as sociedades capitalistas da época, pois não se materializa num objeto que possa ser guardado ou comercializado. O conceito de arte-acontecimento foi materializado das formas seguintes:
- Através do Happening.
- Como o nome indica, o happening é um acontecimento o vivência, de caracter efémero, que ocorre descontextualizado do seu ambiente habitual (a semelhança do que acontece com os objetos ready-mades).
- Esta ação pode ser protagonizada unicamente artista ou artistas-criadores, ou exigir, também a participação/intervenção do público.
- Pode ser corporizada, ou corporizada e falada, ou apenas ainda incluir objetos do meio envolvente ou sons e imagens produzidas pelo artista.
- Embora se apresente como ação, o happpening não deve ser equiparado ao teatro pois não possui uma estrutura narrativa, com meio e fim.
- Os primeiros happenings resultaram do trabalho conjunto dos americanos John Cage (musico) e Merce Cunningham (bailarino e coreografo), em 1942;
- Mas é ao pintor americano Allan Kaprow que é atribuída a “invenção” do happening, sendo autor de mais de 200 ações assim apelidadas.