Falta de respeito pelo cidadão professor

O Ministério da Educação despreza os professores completamente. Um exemplo é a indefinição de datas e explicação dos atrasos neste concurso de professores. Pois existe sempre uma certa ansiedade por parte dos professores, claro em muitos casos podem ser 4 anos de muitas viagens de boas centenas de quilómetros. Eu, que estou perto de casa, ando ansioso, digo-vos sinceramente, quero saber qual a escola que vou estar para os próximos 4 anos lectivos.

Claro que o ME podia fazer um e-mail informativo, tal como o fez na época da entrega dos objectivos individuais. Claro que esse e-mail era informativo mas também  coercivo, numa altura de grande reivindicação  dos professores, ora vejam:

“Professor,

Tendo em conta o elevado número de escolas que têm solicitado esclarecimentos sobre a fixação de objectivos individuais, importa informar o seguinte:

1.Os objectivos individuais são um requisito obrigatório quer para a auto-avaliação quer para a avaliação a cargo do presidente do conselho executivo;
2.De acordo com o Artigo 16.º do Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, é por referência aos objectivos individuais previamente fixados e ao respectivo grau de cumprimentos, que o docente efectua a sua auto-avaliação;
3.Da mesma forma, os objectivos individuais são elemento obrigatório na avaliação da componente funcional do desempenho, uma vez que só a partir da aferição do seu nível de execução é possível avaliar o contributo de cada docente para o cumprimento dos objectivos fixados no projecto educativo e no plano de actividades da escola, de acordo com o estabelecido nos artigos 10.º e 18.º do Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro.

Assim, sem objectivos individuais fixados, não é possível avaliar o desempenho dos professores.
Relembra-se ainda, relativamente aos procedimentos inerentes à fixação de objectivos individuais, que:
1.O prazo para entrega dos objectivos individuais deve estar definido no calendário aprovado pela escola;
2.Nas situações em que o prazo estipulado não seja cumprido, deverá o director notificar o docente desse incumprimento, bem    como das respectivas consequências;
3.No entanto, poderá o director/presidente do conselho executivo, tendo em conta a situação concreta da sua escola, fixar os objectivos ao avaliado, tendo por referência  o projecto educativo e o plano anual de actividades da escola (número 4, do Artigo 9.º, do Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro).

A avaliação de desempenho docente começa para os avaliados com a entrega dos objectivos para o período avaliativo (número 1, do Artigo 9.º, do Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro), atribuindo-se aos professores, desta forma, uma significativa responsabilidade individual, uma vez que se trata de profissionais com elevados níveis de competências e de autonomia. Aliás, no SIADAP, os objectivos individuais são sempre fixados a partir de uma proposta da hierarquia.

A recusa da entrega de objectivos individuais prejudica sobretudo os professores avaliados que, dessa forma, ou reduzem o espaço de participação e valorização do seu próprio desempenho, ou, no limite, inviabilizam a sua avaliação.

Esta informação deve ser divulgada junto de todos os professores, para que não restem dúvidas relativamente às suas obrigações no processo de avaliação de desempenho que não pode, em caso algum, ser reduzido a um mero procedimento de auto-avaliação.

Lisboa, 13 de Fevereiro de 2009.

Com os melhores cumprimentos,

DGRHE”

Caros senhores da DGRHE, não podiam enviar um e-mail aos professores a pedir desculpas pelo atraso nos concursos de professores e informar quais as previsíveis datas?

Com os melhores cumprimentos,

EU

Excelência

A minha autarquia anda a promover os quadros de valor e excelência, algo que me deixa um amargo na boca. Fraústo da Silva fez uma vez uma parábola que eu vou tentar recrear aqui: O peixe sabe nadar muito bem, mas não consegue saltar nem voar, o gato corre bem e salta muito bem, mas é um trapalhão a nadar, o cão corre bem mas não consegue voar, a gaivota safa-se muito bem em tudo e está no quadro de excelência, mas a águia diz que ela não é grande coisa a voar – coisas de especialistas. Estes aqui são os meus peixes, os que eu avistei, outros haverá que nadam bem, mas eu nem sempre enxergo tudo pois o mar é profundo e eu só vejo os peixes da superfície:

5º anos

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Frederico 5ºA pelo seu trabalho do cantor baseado na obra de José de Guimarães (EVT).


Pedro Brito e Luís Breda 5ºE, depois de uma investigação, fizeram este robôt no clube de jornal.

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Carolina Carvalho. Um dos meus alunos do jornal não acabou os desenhos para o horóscopo do jornal, a Carolina, minha filha, em meia hora resolveu excelentemente a situação. Este touro mostra bem a capacidade de registo gráfico da Carolina.

alexandre

img064Alexandre e Leonardo do 5ºA por inventarem estas fontes

6º anos

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Vera Fernandes e Catarina Santos do 6ºA pelo o excelente artigo “O Mistério da Escola Azul” – vestindo a pele de detectives as duas alunas vão, primeiro especular as mais ridículas possibilidades da escola estar azul e depois vão investigar e informar qual o motivo da escola ter ficado azul depois das férias do verão.


Simão e Diogo Francisco do 6ºB Sempre se revelaram alunos muito criativos e engenhocas – os cacifos deles são iluminados, tem prateleiras em cartão e outras engenhocas, neste vídeo fizeram uma demonstração para o jornal da escola como funciona um foguetão feito com uma pastilha de Alka Seltzer. O Simão é um especialista em photoshop.
francisco
O Francisco do 6ºD foi sempre o mais ousado dos alunos, mas a sua criatividade e inteligência não têm limites, no livro de curso que fizeram mostrou novamente o seu grande valor.

liliana
A Liliana do 6ºD estava sempre com as antenas abertas para EVT, sempre compreendeu tudo muito bem. Não é uma aluna boa às outras disciplinas mas em EVT sempre teve 5 e sei que tem uma alma de artista. No livro de curso fez esta bela fotomontagem.

dscf1572O Nuno e a Joana do 6ºD por terem aprendido, sem a minha ajuda, todas as construções geométricas para corresponderem ao desafio de fazerem estas estrelas de natal.

Site RVDM

Sou um designer apenas com três clientes: Eu, a Escola e Ricardo Vieira de Melo. Como cliente sou um chato, não me pago e exijo muitas horas de trabalho; a escola pouco trabalho me dá como designer (fiz apenas o jornal da escola) mas gostaria de ter feito o site e toda a imagem institucional (talvez a próxima escola onde vá parar me possibilite isso); RVDM  faço-lhe o site. Este é o trabalho que me deixa mais realizado como designer, visto que há um programa e um cliente extremamente zeloso da sua imagem. Foi durante uns meses que estive a trabalhar neste projecto nos fins de semana. Agora já está no ar com apenas alguns ajustes a realizar. Tenho muito orgulho neste trabalho, evidente que não me posso considerar um profissional e o meu processo de trabalho é muito artesanal. podem ver em www.rvdm.pt

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Amy Bennett

As suas pinturas (neighbors) parecem tranquilas maquetas. Se olharmos com mais atenção existe algo de profundamente dramático e inquietante nestas “lindas maquetas”. Algo está para acontecer, um crime. Transparece o silêncio, a solidão, o individual na aparente colectividade. Coloca-nos no papel de um “Big Brother”, alguém que espreita a vida dos outros, a pequena vida dos outros, visto que tudo é miniatura.
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Abordagem artística a José de Guimarães

DSCF6197Foi divertido o que fizemos com os 5º anos. Partimos da obra de José de Guimarães e viajamos por ai. O resultado está exposto na escola. Atenção estão expostos todos os trabalhos. A minha turma do 5ºA partimos numa aventura maior, criamos objectos grandes. Foi trabalhoso, mas gratificante. Foi fantástico. Orgulho-me destes meus alunos, sei que são os melhores alunos.  A exposição foi montada pela Professora Fernanda, Professora Carla, Professora Isabel e eu que me chamo Tiago.
DSCF6192O trabalho do Frederico

DSCF6199Novamente o trabalho do Frederico.

DSCF6193 O Gonçalo fez este grito.
DSCF6194 A Iara fez este desejo de mar, de uma ilha tropical
DSCF6200 A Margarida.
DSCF6205 O Alexandre.

Estes foram alguns dos muitos que fizeram coisas interessantes. Os outros preferiram as pinturas, também muito valiosas. Destaco aqui estes porque os alunos deram a alma e coração por elas. Estou orgulhoso.

Área de Projecto 6ºA

DSCF6185Este ano tive duas turmas especialmente mais difíceis. Ao 6ºA calou-me, com a minha colega Teresa de CN, Área de Projecto. Que foi uma coisa timidamente inventada à uns anos por outro governo do PS. Seria fantástico se fosse duas a três aulas por semana, para os alunos se envolverem, mas uma vez por semana é um peso para os alunos e professores e por vezes ninguém se envolve. Este ano, nesta turma, achamos que era importante fazer algo essencialmente prático. Resolvemos pintar os bebedouros e caixotes de lixo que estavam num estado degradado. Claro que houve alunos que se envolveram a sério e a maioria que deu cabo da cabeça aos professores, pintaram tudo menos os bebedouros, até um corrimão encontrámos pintado de branco. Foi tramado, saltou-me a tampa vezes de mais. Não sei o que posso fazer mais, tenho a sensação que as pessoas que dizem que conseguem, apenas deixam as coisas andar, até acabar o ano. Claro que seria mais fácil ficar na aula a dar umas fichas de trabalho. Mas eu gosto de trabalho prático, estou farto dos teóricos e teorias, gosto de fazer coisas. Acredito que fazer coisas é mais construtivo. Assim foi este projecto, que partiu de ideias dos alunos, medimos, desenhamos, fizemos estudos de cor, calculamos as áreas de pintura, convertemos em litros e depois pintamos. Eu tenho orgulho nestes alunos que se envolveram, tenho pena de não ter conseguido envolver todos. Um dia talvez consiga-o. Talvez. Ai serei melhor professor. Mas também não vou fazer ilusionismo, não vou.
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Antes

DSCF6189Depois

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Antes

DSCF6190Depois

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Aprender origami

Vou fazer um mini workshop na escola, estás convidado. Gosto desta actividade, gosto de estar uma tarde assim, a brincar com papel. Uma tarde descontraída e ao ar livre
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A iris é a mais dificil, para mentes mais atentas, mais curiosas, que gostam de levar ao extremo as suas capacidades
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O cubo para os que gostam de construir a partir do ar.
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Para os que gostam de guardar segredos dentro de caixas.
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Para os que gostam de voar.

Mau professor

Estou a ficar mau professor, tenho a certeza disso, os sinais são evidentes. Este último ano foi o pior para mim, se tivesse que ser avaliado daria mau. Por isso quando entreguei os objectivos não pedi aulas assistidas. Vou ficar com um BOM e diz a Ministra que esta avaliação é rigorosa, ha ha. Conheço professores piores do que eu, que nunca tiveram um ano bom. No entanto estão treinados na arte da ilusão, são uma espécie de ilusionistas. De repente nas suas aulas assistida fazem tudo o que nunca fizeram antes, e até parecem bons professores. Diga-se de passagem que o que interessa aqui é parecer, não é ser. Nas reuniões esse professores opinam tudo com muita sabedoria, sabem de tudo. São verdadeiros ilusionistas profissionais. Eu fico calado e impressionado com o espectáculo.
Eu vou mudar, tenho a certeza disso, vou procurar trabalhar melhor as unidades de trabalho para que incide nos aspectos do sujeito aluno, no processo de aprendizagem e na capacidade de decisão do aluno. Creio que pouco interessa as técnicas e os conteúdos, creio que os processos são muito mais importantes. Se dos processos apreenderem alguma técnica ou conteúdo, melhor, mas o contrário é mau, muito mau.