3º Encontro Nacional de Ilustração em São João da Madeira

A Junta de Freguesia de São João da Madeira está a desenvolver o Encontro Nacional de Ilustração. Este foi o 3º Encontro que foi proveitoso, talvez não tanto como nos anos anteriores visto que faltaram algumas cabeças de cartaz como por exemplo a Joana Quental e o Walter Hugo Mãe. No entanto fica aqui algum do registo do acontecimento.

Entre os participantes, Paulo Galindro deu-nos uma oficina que foi proveitosa.

“Pai, as casas altas chegam às nuvens?”, Técnica mista sobre MDF, por Paulo Galindro em Junho de 2007

imagem retirada no blogue de Paulo Galindro http://pintarriscos.blogspot.com/

 

Ana Biscaia – surpreendente a sua ilustração, que gostei muito. Por apresentar uma composição especial e onde se pode observar as características dos materiais, é evidente o desenho que aparece como base  da ilustração. Parece-me muito pedagógico a sua prática de ilustração, gostaria de mostrar aos alunos o trabalho desta ilustradora pois penso que as marcas do processo de representação é evidente e talvez com isso ajudasse os alunos a compreenderem que o desenho inicia com um processo de riscar.

Ilustração de Ana Biscaia

 

Marc – o Grande Comandante – Como sempre a apresentação que fez sobre Celacanto foi brilhante. Marc é editor da “Qual Albatroz?” . Na verdade parece mais um comandante de um navio, um velho lobo do mar. Mas deu-me uma lição sobre natureza que eu ainda não tinha tido. Valeu saber que da natureza vem um conhecimento fundamental para o desenvolvimento de tecnologia amiga da natureza e que dos animais extintos não podemos aprender muito. Por isso é fundamental defender as espécies em vias de extinção.

Ilustração de Marc “Para a Madalena” Julho 2010 Descrição: Acrílicos e flores prensadas sobre madeira Para quem: Para a Madalena pelo seu 8ºAniversário

 

Helena Zália – foi muito bonita a sua ilustração sobre uma história de sapatos, no entanto a ilustração não é feita com graxa de sapato.

Ilustração de Helena Zália

 

Marta Madureira – Gosto imenso das ilustrações da Marta Madureira que já esteve na minha escola e com grande generosidade  mostrou aos alunos como faz as suas ilustrações. Rodou pela biblioteca da escola originais de ilustrações que fez, poucos fazem isso. Além disso a Marta Madureira tem ilustrações que me espantam imenso.

“Maria e as Máquinas” de Marta Madureira

Outros ilustradores como Lígia Magro e Bernardo Carvalho encantam-me sempre pela sua originalidade.

 

Os Bichos

Esta actividade iniciou com a vinda da Marta Madureira à nossa escola. Além dos métodos, técnicas e abordagens que nos demonstrou deu-nos uma ideia: falou que ao ilustrar o Livro dos medos começou a imaginar os vários medos, a imaginar que eles podiam ser a mistura de vários bichos. Foi ai que iniciamos o nosso trabalho, começamos a imaginar vários bichos, cada um mais esquisito do que outro, com uma mistura de outros bichos e máquinas. Assim surgiu os bichos da turma 5ºL. São quase todos articulados. ver todos. A minha colega Rosabela foi excelente parceira neste trabalho, assim como a Rosário da unidade de Multideficiencia.

 

Bicho do João

 

 

Bicho do Filipe

 

 

Bicho da Diana

 

 

Bicho do Diogo

 

 

Bicho do Rafael Gomes

 

 

Bicho do António

 

 

Bicho da Inês

 

 

Bicho do Marcelo

 

 

Bicho do Joaquim

 

 

Bicho da Mariana

 

 

Bicho da Francisca

 

 

Bicho do Rafael Pereira

 

 

Bicho da Helena

 

 

Bruno Munari

munari08Penso que já falei dele por aqui. Designer e essencialmente pedagogo. Para qualquer estudante de artes visuais é fundamental estudar as suas obras escritas que são muitos: Design e Comunicação Visual; Das Coisas Nascem Coisas; A Arte como Ofício; etc… Há um conjunto de livros que fez para crianças do qual deu uma perspectiva diferente à ilustração para crianças criando livros mais interactivos e estimulantes. Um desses livros que guardo religiosamente é “como desenhar um sol” onde Bruno Munari mostra muitas maneiras e possibilidades de desenhar o sol.

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Encontro com Gémeo Luís

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Antes do ilustrador chegar, os alunos estavam à janela ansiosos de entrar (na exposição um trabalho de Gémio Luís)

 

Gémeo Luís foi à Biblioteca da Escola EB 23 João Afonso de Aveiro dia 29 de Maio, Biblioteca que tem tido um programa cultural fantástico e fora do comum.
Ficou surpreendido e encantado com o trabalho desenvolvido pelos professores de EVT e alunos do 5º ano daquela escola. Foi o próprio que disse que não estava à espera de tanta qualidade artística.
Um grupo de professores fez uma abordagem muito interessante à obra deste ilustrador. Foi um trabalho muito estimulante para os alunos que ficaram com um orgulho do que fizeram.
Mas muita coisa aconteceu naquele encontro.
Além do mais foi uma lição de pedagogia que Gémeo Luís me deu (nós os professores não devemos ter medo de aprender pedagogia e outras coisas com outros)(e os outros deviam vir mais vezes à Escola ajudar a resolver os problemas que a Escola atravessa). Além dos alunos estarem receptivos a este professor (nem sempre isto acontece), Gémeo Luís revelou-se um óptimo conversador e contador de histórias. Histórias que deixaram as crianças sem vontade de sair daquela biblioteca (os pais fora talvez já bufassem de tanto estar à espera).
A primeira história que nos contou, foi a do casal apaixonado que tudo faziam para se encontrarem, ele percorria, fizesse sol ou chuva, o percurso entre Porto e Aveiro. Esta história ilustra como a paixão é importante na vida, como as pessoas apaixonadas fazem quase o impossível. Devemos estar sempre apaixonados, apaixonados por uma pessoa, pelo trabalho que fazemos, pelas pessoas que nos rodeiam. Tenho a certeza que os professores que propuseram este desafio aos alunos, são professores apaixonados e apaixonantes. Gémio Luís contou muitas histórias fantásticas, na esperança, disse ele, de mexer por dentro de algum, de alguém. Falou como foi para a as belas artes, tendo influencia o facto de nas aulas de E.V. na escola era as únicas onde era primitido o aluno ter alguma liberdade, nem que fosse para se levantar para afiar o lápis. Falou ainda de como é importante desenhar o que está dentro, a expressão, os sentimentos e não tanto as técnicas. Vimos o ilustrador a fazer um desenho a x-acto directamente do papel. Disse-nos que quando está com um folha em frente, o seu trabalho é retirar o papel que está a mais, é uma questão de optar, de escolher o que interessa e não interessa, como na vida, devemos optar pelo o que interessa. Por vezes também fica encantado com alguns bocados de papel que restam. Depois de ter desenhado resolveu amarrotar o papel, disse que era importante sabermos desligar do que fizemos e continuar em frente. Obrigado Gémio Luís pelo privilégio que nos deste da tua companhia, daquilo que me ensinaste.

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Gémeo Luís com os alunos

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DSCF4862Alguns dos trabalhos realizados pelos alunos
DSCF4884Gémio Luís a ver a exposição
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Gémeo Luís na conversa com os alunos.


Apresentação de Dança, fazendo referencias à obra de Gémio Luís

Tiago Albuquerque

03Tiago Albuquerque dedica-se a múltiplas actividades artísticas, entre elas a de ilustrador. Tem, sem dúvida, um talento especial para as artes plásticas de qual podemos ver no seu blogue . Ilustra para o novo jornal I.  As cores sépia permanecem muito nos seus trabalhos. Na ilustração do conto russo as personagens aparecem numa pose “Futurista” que faz lembrar as pinturas de Almada Negreiros.
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Bernardo Carvalho

14Fundou a editora Planeta Tangerina, tem um conjunto de livros editados pela mesma. A suas ilustrações apresentam-se muito diversificadas. Para o conto Russo ele apresenta-nos formas gráficas semelhantes ao de um pré-adolescente. Superfícies completamente pintadas sem nenhuma preocupação de registar volumes, cores essencialmente quentes. A suas ilustrações são muito pictóricas, quase como quadros do Matisse, melhor ainda como quadros de Bernardo Carvalho.
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Pedro Serapicos

19A ilustração de Pedro Sarapicos tem uma vertente muito simbólico (no caso da ilustração solicitada tinha elementos como a chuva, a cidade com os seus prédios como elementos agressivos e a casa o sol, o rendilhado da mãe como elementos de conforto e de encontro). As técnicas expressivas são muito variadas, entre os materiais riscadores e elementos digitais. Gosto de ver esta relação oposta entre uma geometria que é evidente no papel milimétrico, nas letras, nos prédios e a expressividade dos elementos mais desenhados. Ver site